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O Arsenal de Guerra General Câmara (AGGC), localizado no Rio Grande do Sul, encerra suas atividades após quase nove décadas de serviços prestados ao Exército Brasileiro. A desativação, prevista desde 2022, marca o fim de um longo ciclo que começou em 1935, quando o município ainda era conhecido como Margem do Taquari.
A decisão faz parte de uma ampla reestruturação das Forças Armadas, visando modernizar e otimizar as operações logísticas. As atividades do Arsenal, incluindo a fabricação, manutenção e modernização de equipamentos militares, serão transferidas para o Parque Regional de Manutenção de Santa Maria.
Embora o fechamento represente o fim de uma era para General Câmara, o prefeito Helton Holz Barreto garante que o impacto econômico será mínimo. A maior preocupação reside na realocação dos militares. Apesar disso, cerca de 40 funcionários civis permanecerão na cidade.
O Exército possui um vasto patrimônio em General Câmara, incluindo mais de 200 imóveis, um ginásio, um clube e extensas terras. A Superintendência do Patrimônio da União no Rio Grande do Sul (SPU/RS) ficará responsável pela administração da vila militar.
O município já apresentou projetos para a utilização dos terrenos e prédios do Arsenal, totalizando mais de um milhão de metros quadrados. A proposta é atrair empresas com incentivos como isenção de impostos e taxas reduzidas, gerando empregos e desenvolvimento local.
Um aspecto positivo do fechamento é a destinação de 25 unidades habitacionais do Arsenal para famílias afetadas pelas recentes enchentes que atingiram a região. Outras áreas serão transformadas em espaços públicos, como um centro esportivo e um centro de recuperação para dependentes químicos.
A história do Arsenal de Guerra remonta a 1773, em Porto Alegre, com o nome de Trem de Guerra da Província de São Pedro do Sul. Ao longo dos anos, desempenhou um papel crucial no fornecimento de equipamentos militares, inclusive durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1935, foi transferido para General Câmara e, em 1940, recebeu seu nome atual.
A transferência de materiais e a realocação de cerca de 165 militares para outras unidades militares estão em andamento, coordenadas pelo Comando Logístico.