Na noite desta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou um conjunto de medidas fiscais que promete uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, alinhando-se a uma das promessas de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a isenção do Imposto de Renda (IR) para aqueles que ganham até R$ 5 mil mensais. As propostas visam garantir a sustentabilidade fiscal do país. Entre as novidades, está a limitação do crescimento do salário mínimo de acordo com as regras do novo arcabouço fiscal, que substitui o teto de gastos, permitindo um crescimento de despesas entre 0,6% e 2,5%, dependendo da receita e da inflação. Contudo, o aumento do salário mínimo e outros gastos têm superado os limites estabelecidos, pressionando as despesas discricionárias do governo. Outras medidas incluem o reajuste do abono salarial, a adequação dos gastos com emendas parlamentares, mudanças na aposentadoria dos militares e a limitação das transferências de pensões. O governo garantiu que o abono salarial será mantido para quem recebe até R$ 2.640 e será corrigido pela inflação nos próximos anos. Além disso, 50% das emendas das comissões do Congresso serão direcionadas obrigatoriamente para a saúde pública. Haddad enfatizou a necessidade de combater a inflação e reduzir o custo da dívida pública, destacando que aqueles que ganham mais devem contribuir mais para que o governo possa investir em áreas essenciais. Embora as medidas ainda precisem ser aprovadas pelo Congresso, o ministro expressou otimismo quanto à sua aprovação ainda este ano. O anúncio ocorre em um momento de tensão no mercado, com o dólar alcançando o maior patamar da história do real, a R$ 5,91, refletindo as preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas sem os ajustes necessários.