Na noite desta quarta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou um conjunto de medidas fiscais que visam controlar gastos e cumprirem uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A principal novidade é a isenção do Imposto de Renda (IR) para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais. Segundo Haddad, as mudanças devem resultar em uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, reforçando o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal do Brasil. Entre as propostas apresentadas, destaca-se a limitação do aumento do salário mínimo, dentro dos limites estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal, que substituiu o teto de gastos em 2023. Com as novas regras, os gastos públicos poderão crescer entre 0,6% e 2,5% em relação à receita do ano anterior. No entanto, a inflação e o aumento do salário mínimo têm pressionado as despesas do governo. Outras medidas incluem o reajuste do abono salarial para quem ganha até R$ 2.640, com previsão de correção pela inflação, e a destinação de 50% das emendas de comissões do Congresso para a saúde pública, reforçando o Sistema Único de Saúde (SUS). Haddad também enfatizou que, em caso de déficits primários, não será permitida a criação ou a ampliação de benefícios tributários. As propostas ainda precisam passar pelo Congresso Nacional, e o ministro expressou otimismo quanto à sua aprovação, apesar do calendário apertado. A expectativa em torno do pacote fiscal aumentou após as eleições municipais, e a situação das contas públicas permanece delicada, com o dólar alcançando R$ 5,91, o maior valor da história do real.